A Valouro tem uma filial dedicada à importação de matérias-primas (Oleocom) cujos responsáveis expressaram ontem as suas preocupações por dentro de alguns meses se verem impossibilitados de fornecer soja, proteína de origem vegetal da qual são deficitários. Segundo informou o grupo, produtor de rações e de animais, o país importa cerca de 80 por cento das matérias-primas para a preparação e fabrico dos produtos compostos para animais, com destaque para a soja. «Há o risco muito sério de a curto prazo (seis meses), com a introdução de quatro novas variedades de OGM de soja nos EUA, Brasil e Argentina, a Europa ter uma ruptura de fornecimentos. «Podemos de um momento para o outro haver uma ruptura de fornecimento de produtos de origem animal para a carne, leite e ovos».
De acordo com o administrador, a Europa vai aprovando os OGM de forma desfasada dos outros países produtores e «há aqui um interregno que cria sérias dificuldades». Esta discrepância «impede-nos de utilizar OGM de forma rápida porque enquanto não estão autorizados na Europa a tolerância à contaminação destas variedades é zero». «A Europa fica impossibilitada de fazer importações de soja da qual depende em larga escala. Dependemos da soja importada dos EUA, do Brasil e da Argentina onde não há garantia que não seja geneticamente modificada».
Ao aparecerem novas variedades de OGM na próxima campanha em países produtores, e não havendo a nível europeu uma «sincronização» nas autorizações com estes países, «devido à pesada máquina burocrática da UE e a forças como o Greenpeace que se opõem por princípio a qualquer OGM, leva a que haja estes desfazamentos», sublinhou. Para Chaveiro Soares está «mais que se provado que os OGM não têm qualquer inconveniente para a saúde dos consumidores».
O presidente da subcomissão de Agricultura disse que relativamente aos OGM existe um «paradoxo» considerando que é necessária uma clarificação por parte da Comissão Europeia (CE). «É proibida (na Europa) a adição de determinados OGM nos alimentos dos animais mas depois é autorizada a importação de carne de países onde esses mesmos OGM são introduzidos nesses alimentos, é um paradoxo que a UE tem que clarificar».
Fonte: Lusa
Opinião pessoal
Embora possam discordar da utilização de transgénicos o deputado tem toda a razão, a situação dos transgénicos na UE tem de ser clarificada pois estamos a consumi-los de um modo ou de outro e as leis para impedir que isto aconteça são pouco explícitas.
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