O crescimento da AB é uma realidade «a nível mundial e a Madeira acompanha essa tendência», disse à Lusa o director de Serviços do Desenvolvimento da Agricultura Biológica.
Entre 2000 e 2007, segundo o levantamento realizado pela Secretaria Regional do Ambiente dos Recursos Naturais, a AB na Madeira cresceu de 22 para 240 hectares e o número de agricultores passou de 17 para 78 (359 por cento). Este crescimento significa que 5% da área de cultivo da Região está convertida à agricultura biológica. Pastagens, plantas aromáticas, pousio, frutos frescos e horticulturas são as áreas de culturas em produção biológica na Madeira cuja produção e produtos congregam já interesses de empresas do sector agro-alimentar e da comercialização e a procura por parte da indústria hoteleira. «Há hotéis em que alguns dos segmentos dos seus clientes exigem alimentação à base exclusivamente de produtos derivados da agricultura biológica».
A SARN destacou que a agricultura que «recorre muito à informação do passado, mas que aplica uma base científica actual», é muito mais exigente quer do ponto de vista ambiental, quer no da segurança alimentar. No entanto, «os custos de poluição na agricultura convencional fossem contabilizados, concluiríamos que a agricultura biológica seria muito mais barata». «Há terrenos de vinha no Estreito de Câmara de Lobos que não são revolvidos há oito anos devido à fertilidade que as técnicas da agricultura biológica possibilitaram e que excluem produtos químicos e sintéticos como os pesticidas».
As ajudas da UE, que poderão atingir os 65 % a fundo perdido no novo quadro comunitário de apoio, os apoios dos serviços técnicos e científicos da SRARN, as parcerias internacionais como as das regiões da Macaronésia (Madeira, Açores, Cabo Verde e Canárias), nomeadamente na criação de uma escola de agricultura biológica, e a proposta de decreto legislativo regional, já aprovada, que declara a Madeira zona livre de cultivo de variedades OGM e que incentiva a agricultura convencional e biológica são algumas das medidas potenciadoras do crescimento desta área da agronomia na Região. "A agricultura biológica faz parte da medida de barómetro de qualidade na Região o que significa um estímulo à produção e uma aposta no futuro", realçou o director regional da Agricultura, Bernardo Araújo, adiantando que os projectos de conversão têm crescido de ano para ano, tendo registado um crescimento médio nos últimos cinco anos de 30 por cento.
Fonte: Lusa
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