sexta-feira, 11 de abril de 2008

Monforte será zona livre de transgénicos


A Assembleia Municipal de Monforte, um dos dois concelhos alentejanos onde há empresas que pretendem realizar testes com culturas transgénicas, decidiu que todo o território do município deve ser «Zona Livre de Cultivo de Variedades Geneticamente Modificadas».

A decisão da Assembleia Municipal (AM) foi tomada por unanimidade na última sexta-feira, de acordo com proposta já anteriormente aprovada pela Câmara Municipal (CM), baseada no «desconhecimento que representam as culturas transgénicas».

«A Assembleia e a Câmara manifestaram-se, desta forma, contra o desconhecido. Não aceitamos que Monforte seja cobaia para testar algo que ninguém conhece», argumentou hoje à agência Lusa o presidente do município, Rui Maia da Silva.

A realização de ensaios de campo com duas variedades de milho transgénico tolerante a herbicida não autorizadas na União Europeia foi pedida por duas empresas da indústria da engenharia genética: a Pioneer e Syngenta.

Os pedidos, que estiveram em processo de consulta pública entre 31 de Janeiro e 01 de Março, referiam-se a testes a efectuar, durante três anos, nos concelhos alentejanos de Monforte (Portalegre) e de Ferreira do Alentejo (Beja).

Na última sexta-feira, a Plataforma Transgénicos Fora, que reúne 12 Organizações Não Governamentais (ONG) das áreas do ambiente e agricultura, exigiu do Governo a anulação da consulta pública, alegando «irregularidades» durante o processo.

Além deste argumento de ordem administrativa, a plataforma indicou também «numerosas» razões para que o Ministério do Ambiente não autorize os pedidos, como no caso de Monforte, em que a parcela prevista para testes está inserida na Zona de Protecção Especial (ZPE), que faz parte da Rede Natura 2000.

A existência nesse local de aves estepárias e a localização do terreno junto a linhas de água são outros dos argumentos invocados, juntamente com críticas aos planos de monitorização de risco propostos e à intenção das empresas de enterrar as culturas no final de cada ciclo de testes.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Roménia bane milho transgénico da Monsanto por falta de segurança


O governo romeno anunciou que vai banir do país o milho geneticamente modificado MON 810 da Monsanto. A decisão é particularmente importante já que o milho é o único cultivo comercial de transgénicos permitido na Europa.

A Roménia é o principal produtor de milho da União Europeia em total de hectares plantados, com cerca de 3 milhões de hectares cultivados anualmente. Do milho MON 810 foram plantados 300 hectares no país desde 2007, representando apenas 0,01% do total de produção de milho romeno.

Com o anúncio do ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Roménia, Attila Korodi, o maior produtor de milho da Europa ficará livre de transgénicos. A Roménia é o oitavo país da Europa a banir o cultivo de variedades transgénicas, seguindo os passos da França, Hungria, Itália, Áustria, Grécia, Suíça e Polónia. Preocupações sobre a segurança do milho MON 810 levaram o governo romeno a agir. Estudos científicos mostram que o milho MON 810 provoca danos à fauna, solo e saúde humana. Uma toxina embutida, programada para matar pragas, entra no solo e provoca danos a minhocas, borboletas e aranhas. Um recente estudo encontrou sinais de toxicidade nos órgãos internos de animais alimentados com milho transgênico.


No final de 2007, o Comissário da União Europeia para o Meio Ambiente usou estudos similares para bloquear o cultivo de outras duas variedades de milho transgénico, parecidos com o MON 810, na UE. Ele também fez referências a novos estudos que mostram que a toxina Bt produzida pelo milho transgênico tem efeitos negativos nos ecossistemas aquáticos. Contaminação genética
A contaminação de plantações convencionais por transgénicos é um problema sério. Em 2007 apenas, houve 39 novos casos de contaminação em 23 países. Apesar disso, não há padrões internacionais para responsabilizar as empresas de biotecnologia pelos danos causados e perdas financeiras. Em 1998, a Monsanto ganhou uma licença de 10 anos da Comissão Europeia para o cultivo do milho transgénico MON 810 por toda a UE. A licença termina este ano. O MON 810 é a única variedade transgênica com permissão para ser plantada na Europa.

O relatório Registro de Contaminação Transgénica 2007 já constatou 216 casos de contaminação genética em 57 países diferentes, desde que as plantações geneticamente modificadas começaram a ser feitas comercialmente (em 1996).



Opinião pessoal
Estas proibições estão a terminar não só com os transgénicos na EU como com o monopólio da Monsanto, e este segundo assunto pode ser muito mais importante pois, caso a Monsanto acabe por acabar poderemos saber mais facilmente se os estudos por eles realizados são tão falsos como os ambientalistas dizem.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Governo tem de usar cláusula de salvaguarda

O governo francês instaurou recentemente uma moratória ao cultivo de organismos geneticamente modificados através da aplicação da cláusula de salvaguarda. Esta medida baseou-se num conjunto de 25 estudos científicos que apontam para a existência de riscos para o ambiente, para a agricultura e para a saúde humana decorrentes da utilização das variedades de milho geneticamente modificado MON810 (milho insecticida).

Nos dias 15 e 16 de Março reuniu-se em Derio, no País Basco um conjunto amplo de organizações e movimentos sociais da Península Ibérica. Os movimentos e organizações presentes convergiram numa estratégia conjunta para exigir aos governos de Zapatero e Sócrates a aplicação da cláusula de salvaguarda para a instauração de uma moratória ao cultivo de transgénicos.

Os movimentos e organizações participaram no Fórum intitulado “Com soberania alimentar, sem transgénicos”. Além de movimentos ecologistas e de agricultores de Portugal e do estado Espanhol, este evento contou também com agricultores da Via Campesina provenientes de 4 continentes, num total de mais de 200 participantes. De Portugal estiveram presentes delegações da Plataforma Transgénicos Fora, da Confederação Nacional de Agricultura, do GAIA e da Quercus.

Ao longo dos dois dias de trabalho e das várias oficinas temáticas, os participantes elaboraram uma declaração conjunta , que reforça a rejeição generalizada dos cidadãos ao consumo transgénicos e alerta para a necessidade de preservação dos cultivos tradicionais e a defesa da soberania alimentar, ameaçados pela proliferação dos cultivos transgénicos.

Opinião pessoal

Na minha opinião não se deve autorizar o cultivo de transgénicos até se ter a certeza sobre todos os efeitos negativos que estes podem trazer, no entanto, como estes senhores, vir mostrar apenas os aspectos mais negativos dostransgénicos não se faz. Se eles quisessem mostrar que os transgenicoseram assim tão maus deveriam mostrar os dois lados do assunto, mas não o fizeram porque as provas não são assim tão boas.

Fonte: plataforma transgénicos fora